terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Roberto cobra respeito da CBF

Roberto vê estaduais ameaçados por descaso da CBF com o Bom Senso

Segundo goleiro da Ponte, líderes do movimento estudam tomar medidas drásticas no início de 2014 caso reivindicações não sejam atendidas: 'Não estamos de bobeira'


Desembarque Ponte Preta Roberto (Foto: Rodrigo Faber)Roberto teme pelo futuro do futebol brasileiro com problemas extracampo (Foto: Rodrigo Faber)
Se o fim de 2013 foi dominado por polêmicas extracampo, com a queda da Portuguesa para a Série B e a salvação do Fluminense nos tribunais, o início da próxima temporada também promete ser agitado nos bastidores. Segundo o goleiro Roberto, da Ponte Preta, participante ativo do Bom Senso FC, o descaso da CBF com o movimento ameaça o início dos estaduais. Sem aliviar nas declarações, como de costume, ele soltou o verbo contra a instituição, tanto no comportamento em relação ao Bom Senso como no caso da punição à Lusa.

– A CBF está achando que nós estamos de bobeira, que o Bom Senso é fogo de palha, vai parar logo. Ano que vem, os campeonatos estaduais estão sujeitos a não começar. É que estamos falando no grupo. Vamos ver com o sindicato isso. Neste ano, tentamos fazer uma coisa com paciência, para não prejudicar o torcedor, mas não fomos ouvidos. Se não formos atendidos, as medidas serão drásticas – afirmou o atleta da Macaca, em entrevista à Rádio Central, de Campinas.

O Bom Senso FC foi criado por jogadores da Série A na reta final desta temporada para exigir melhores condições de trabalho. Entre as principais reivindicações, estão a alteração no calendário a partir de 2015, com a redução do número de jogos dos times da elite e o aumento das partidas dos clubes do interior, e a implantação do Fair Play financeiro, com uma maior distribuição de recursos entre os clubes. A insatisfação foi demonstrada em notas oficiais e também em protestos após o apito inicial nas últimas rodadas do Brasileirão – braços cruzados, jogadores sentados e "gol a gol" entre os goleiros por um minuto.

– Eu não sei qual o interesse de o futebol continuar como está. Alguma coisa tem de mudar. As coisas não podem continuar do jeito que está. Organizamos um movimento para tentar fazer algo legal, mas tem gente achando que é brincadeira. E eu posso garantir que não é. Esperamos que os pedidos sejam atendidos. Caso contrário, estamos estudando atitudes mais radicais. Do jeito que está não pode continuar – completou Roberto.

As críticas de Roberto à CBF se estenderam à decisão do STJD de punir Portuguesa e Flamengo com a perda de quatro pontos pela escalação irregular de Heverton e André Santos, respectivamente. Como consequência do resultado dos tribunais, o Fluminense foi beneficiado e se livrou novamente de disputar a Série B depois de cair em campo. O recurso da Lusa será julgado em 27 de dezembro.
A CBF está achando que nós estamos de bobeira, que o Bom Senso é fogo de palha. Ano que vem, os campeonatos estaduais estão sujeitos a não começar. Neste ano, tentamos fazer uma coisa paciente, mas não fomos ouvidos. Se não mudar, as medidas serão drásticas"
Roberto
– Para mim, o que aconteceu foi trágico para o futebol brasileiro. Podem dizer que o regulamento foi cumprido. Concordo, e acho que a lei deve ser cumprida, mas no Brasil, as pessoas usam a lei para benefício próprio. Se for para cumprir, que seja cumprida sempre, seja para beneficiar ou prejudicar alguém. É aquela velha máxima: para os amigos, o benefício da lei, para os inimigos, o rigor da lei. O futebol precisa rumar para ser decidido dentro de campo, porque se não a coisa fica feia. Basta ser mais organizado para evitar situações como essa. No Brasil, são sempre os mesmos favorecidos e os mesmos prejudicados – disse Roberto, sugerindo uma modernização para evitar novos episódios polêmicos.

– Hoje em dia, está tão fácil comunicar alguém sobre algo. Basta, após o julgamento, enviar um e-mail, que hoje serve como prova. Se o clube vai ler ou não, aí é problema dele. É simples. Não estamos mais na época que precisa mandar carta – finalizou.

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